Em 2023, o fenômeno El Niño tem exacerbado uma das secas mais graves registradas na Amazônia. Essa condição climática ocorre quando as águas do Oceano Pacífico aquecem, alterando os padrões de vento e precipitação em várias partes do mundo. No Brasil, o norte da Amazônia tem sofrido uma redução crítica nas chuvas, o que tem gerado uma queda drástica nos níveis dos rios e impactado diretamente o ecossistema e as populações locais.
Aumento das queimadas na floresta
Com o aumento das temperaturas e a falta de chuvas, o número de queimadas na Amazônia disparou. Somente em setembro, foram registrados quase 7 mil focos de incêndio, tornando esse mês um dos piores em termos de queimadas nos últimos anos. As árvores, já fragilizadas pela seca, tornam-se mais suscetíveis ao fogo, agravando ainda mais a devastação da floresta.
Biodiversidade ameaçada
A seca também tem causado a morte de diversas espécies de peixes e mamíferos aquáticos. No Lago Tefé, por exemplo, mais de 120 botos morreram em decorrência da falta de oxigênio, uma consequência direta do aumento das temperaturas nas águas e da redução dos níveis dos rios. Além disso, a flora nativa encontra dificuldades para se regenerar em um ambiente tão fragilizado.
Consequências para as populações ribeirinhas
As comunidades ribeirinhas, que dependem dos rios para seu sustento e transporte, estão enfrentando uma escassez crescente de recursos. Muitos dos rios que abastecem essas regiões estão atingindo níveis historicamente baixos, comprometendo o abastecimento de água potável e a navegação. Com o transporte fluvial prejudicado, o acesso a alimentos e medicamentos também se torna mais difícil, ampliando a vulnerabilidade dessas populações.
Medidas para conter a crise
O governo e diversas ONGs têm intensificado os esforços para controlar as queimadas e levar auxílio às comunidades mais atingidas. Organizações ambientais também ressaltam a necessidade de combater o desmatamento ilegal, que contribui significativamente para agravar os efeitos do El Niño e das mudanças climáticas na região. Em um cenário global de aquecimento, especialistas defendem que proteger a Amazônia é crucial não apenas para o Brasil, mas para todo o planeta.